- Filha, você está bem? - perguntou meu pai do outro lado da porta
Me entrego a raiva
- Vai embora! A culpa é sua! Você foi transferido para cá!
- Querida...
- Me deixe em paz!
- Não fale assim com o papai...- diz Clementine
- Cale a boca!
Silencio.
Enterro minha cabeça nos travesseiros e continuo a chorar. Minha vida sempre foi assim, por que eu ainda me importava? Por que ainda chorava? Por que eu continuava a seguir em frente? A única resposta que eu consegui arranjar era que eu era masoquista, por que tudo isso me machucava, emocional, física e mentalmente.
Olho ao redor, mal conseguia ver a porta de tão escuro que estava o meu quarto. Guio-me até a janela. Alcanço a escada ao lado da varanda e desço por ela. Sinto cada gota de chuva caindo sobre o meu corpo e se misturando com as minhas lágrimas. Caminho pelo quintal e subo a cerca. Ando pelas casas e seu seguida pelos olhares dos vizinhos, eu já não me importava mais...
Minhas roupas estavam molhadas, já não sabia se era pelas lágrimas ou pela chuva... Um relâmpago atravessa o céu. Alcanço o parquinho e me sento no balanço. Coloco o capuz do meu casaco sobre a minha cabeça e me balanço. As correntes entraram em atrito com o cano de metal que as segurava fazendo um barulho estridente. Deixo que esse barulho me acalme.
Estava com sono, com frio e com fome. Sinto-me arrepiar e então olho ao redor, um vulto acinzentado está parado ao lado do escorregador. Parecia uma mulher...
- Oi - ela fala e deixa sair fumaça por sua boca
Solto um pouco de ar pela boca e a mesma fumaça não aparece. Paro de me balançar e presto atenção nos meus batimentos cardíacos. Eles estavam acelerados, apesar de eu não estar com medo.
Aquela criatura não me assustava.
- Esta tudo bem? - pelo seu tom de voz percebo que ela era uma mulher
- Problemas...
- De que tipo?
- Quem é você? - pergunto me levantando e encarando-a
- Quem eu sou não importa. O que é de meu interesse é o seu estado emocional.
- Eu não devo conversar com estranhos...
- Eu não sou uma estranha - diz ela caminhando até mim, quero dizer...
Oh meu Deus! Ela flutuou até mim!
- Como isso é possível? - digo dando um salto para trás
- Como o que é possível?
- Você não está andando e... Sério?
Só podia ser!
Amber aprontando comigo, ela deve ter feito uma instalação de metal logo acima do parquinho para manipular fantoches. Olho para cima e não vejo nada além de nuvens escuras e pingos de chuva.
- Sério o que?
- Isso só pode ser uma armação de Amber e sua gangue - digo ficando de costas para o fantoche e caminhando para a saída do parquinho
- Quem é Amber?
- Chega! Pode aparecer Amber!
Nada
- Ela que te deixa triste, não é?
- Pare de falar comigo! Eu mal sei quem você é! Qual o seu nome?
- Eu já te disse, você é mais importante. Alem do mais eu não sei o meu nome...
- Como alguém não sabe o próprio nome?
- Simplesmente não sei... Não me disseram nada, me mandaram conversar com você. Saber como você está...
-Meu dia não foi muito bom, se é isso que você que saber
- Há alguma maneira de eu te ajudar?
- Se você puder colocar fogo em todas as pessoas que me fizeram mal, eu ficaria muito feliz
- Me proibiram de fazer mal a qualquer ser humano...
- Ser humano? - faço essa pergunta várias vezes a mim mesma - O que você é?
- Bem, eu não sei... Também não me falaram
- Quem te disse isso?
- Quem disse o que? - diz uma voz masculina
- Obrigada por dizer como você está, espero te encontrar novamente - disse a mulher e rapidamente foi embora
- Vamos, responda minha pergunta - diz Noah
- Eu não sei...
- Com quem você estava falando? - ele olha ao redor - Não tem ninguém aqui
- Eu... eu estava falando com uma mulher...
- A única mulher aqui é você - diz ele apontando para mim - Você costuma falar sozinha, AHS?
- Não...
Tudo estava muito confuso. Primeiro eu tive o pior dia da minha vida, depois eu briguei com o meu pai, então uma criatura que se parecia com uma mulher começou a falar comigo, agora Noah acha que eu sou uma louca.
- Acho melhor eu voltar pra casa - foi o que eu consegui dizer
- Tudo bem...
Caminho até a saída do parquinho
- A gente se vê amanhã no colégio, AHS?
- Talvez...
- Boa Noite - diz ele
Não respondo e corro para casa.
- Filha! Meu Deus! Nunca mais faça isso, está me ouvindo?
- Desculpe, pai. Eu precisava pensar...
- Ah minha querida...
Kenny me envolve em seus braços e acaricia a minha cabeça.
- Vá dormir. Amanhã você tem aula.
- Infelizmente - digo subindo as escada.
Ao chegar no meu quarto tiro a roupa molhada e entro na minha banheira. Tomo um banho quente e coloco o pijama. Deito-me na cama e me lembro da criatura.
- O que está acontecendo? - sussurro
Fecho os olhos e durmo.
Acordo e visto a minha roupa.
Desço as escada e tomo um copo de leite quente.
- Tenha um bom dia - diz o meu pai
- Isso eu duvido
Ele joga as chaves do carro para mim e eu as agarro. Ligo o motor e dirijo até a escola. Estaciono num canto isolado e com apenas uma árvore e poucas gramíneas ao redor.
- Olha só quem chegou! - exclama Amber - A bruxa está aqui gente, façam os seus pedidos.
- Bruxas não realizam pedidos, genia! As fadas que fazem isso - digo colocando a mochila nas costas
- Olha só quem fez o dever de casa! - ela ri - Qual vai ser o feitiço de hoje?
- Que tal eu explodir a sua cara? - digo fuzilando-a com o olhar
- Que horror, bruxinha - diz Laura
- Isso seria algo muito brutal, Natalie...
- Corrigindo: Seria algo muito legal - digo entrando na escola
- Você não me assusta!
- Você também não me dá medo
- Mas eu te faço chorar, é bom o suficiente - diz ela com um sorriso na cara.
- Eu não choro...
- Chora sim! Meu irmão me contou!
- Mas que merda! O que você está fazendo Amber? Eu pedi pra você não contar... - diz Luke
- Ops!
- Amber! - Luke se vira para mim - Nalie, me desculpe...
- Quer saber? Eu estou cansada, vocês são um bando de... de...
- A pobrezinha não sabe nem xingar... - diz Laura
- Um dia vocês vão me pagar!
Entro no colégio e me tranco no banheiro.
- Droga! - Grito
Olho para o espelho.
- Por que?
Lágrimas e mais lágrimas corriam pelo meu rosto. Ouço uma batida na porta.
- Natalie, sou eu, Jamayca, posso entrar?
- Por favor, eu só quero ficar sozinha...
- Não é bom ficar sozinha nesse momento, é muito perigoso.
- Você acha que eu vou me suicidar, não acha?
- Desculpe, eu só queria fazer companhia...
- Entre.
Jamayca estava com o seu cabelo presso em um coque no alto da cabeça, um vestido rodado amarelo, um batom bege e uma sombra leve nos olhos.
- Não pergunte se eu estou bem, por que eu não estou.
- Sinto muito...
- A culpa não é sua.
- Eu sei - ela me abraça.
- Obrigada.
- Estarei do seu lado, Natalie
Sorrio.
- Venha, a senhorita tem aula.
- Eu não quero ir...
- Você tem que estudar para ter um futuro, não deixe que essas coisas tolas atrapalhem.
- Essas coisas tolas me machucam.
- Eu sei, mas você precisa seguir em frente
Jamayca segura o meu queixo e ergue a minha cabeça.
- Vamos?
Ela abre a porta do banheiro.
- Infelizmente...
Caminho calmamente até a sala.
- Cuidado com a bruxa! - exclama Laura
- Ah! Cuidado - dizem algumas garotas
- Menos, gente... - diz Noah
- Todos sentados, por favor - diz a professora - Me chamo Nyrah
Nyrah tinha cabelos grisalhos até os ombros, pele clara e olhos cinzas. Vestia-se com uma saia cinza até o joelho, uma blusa azul comprida e um colar prata. Seus sapatos eram de salto médio de cor vermelha.
A aula de biologia foi entediante, na verdade, o dia inteiro foi chato.
Quando finalmente chegou a hora do almoço eu me sirvo com duas fatias de pizza e eu copo de Coca Diet. Sento-me na mesma mesa de ontem.
- Posso me sentar aqui, AHS?
- Eu queria ficar sozinha e...
Noah se senta.
- Ou você pode simplesmente se sentar...
- O que houve ontem?
- Não dá pra gente esquecer isso?
- Com quem você estava falando? - pergunta ele
- Isso virou um questionário?
- Só me responda! - ele bate a mão na mesa
Olho ao redor, todos estavam olhando para mim e Noah.
- Depois eu falo com você - digo
Olho para o meu prato de comida, eu havia dado apenas uma mordida na pizza. Levanto-me e saio do refeitório.
Caminho pelos corredores de cabeça baixa.
- Nalie!
- Saia daqui Luke, por favor.
- Eu não queria ter contado para minha irmã, me desculpe.
- Eu te perdoou - minto
- Não, posso sentir isso.
- Me dê um tempo, por favor.
- Aceite as desculpas dele, Luke gosta de você - ela estava de volta
Um frio percorre a minha espinha.
- Ele mal me conhece...
- Somente aceite, ele é uma boa pessoa e se preocupa com você.
- Você esta falando com quem?
- Luke...
-O que?
- Eu te perdoou, de verdade.
- Isso é ótimo - diz ele - Obrigado
- Obrigada por me ouvir, Natalie
- De nada - respondo aos dois
A sensação de frio passa e eu olho para Luke.
- Que tal irmos almoçar aqui perto? Tem um restaurante muito bom!
- Eu não estou com fome...
- Você mal tocou na pizza.
- Ok, eu aceito o convite.
- Maravilha! - ele diz e sorri
Luke começa a caminhar e eu o sigo
Chegamos em uma lanchonete, seu estilo copiava as lanchonetes dos anos cinquenta. Sentamos em uma mesa no canto.
- Você é sempre assim?
- Assim como? - digo colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha
- Estranha e diferente.
- Talvez seja porque vocês estejam acostumados com as garotas do seu colégio...
- É...
Respiro fundo.
- Conte-me sobre você, Nalie.
- Bem, não tenho muito para contar.
- Fale...
- Eu venci a bulimia, choro escondida e toco violão, guitarra e piano.
- Bom, isso é bastante coisa, não?
- Eu não acho tanta coisa...
- Fico feliz que você tenha vencido a bulimia.
- Obrigada - digo olhando para a mesa
- De nada. - ele sorri
- Agora, conte-me sobre você. Creio que sua vida é mais interessante do que a minha.
- Bem, eu sou o capitão do time de futebol americano do colégio, minha irmã é insuportável, assim como sua amigas e eu tenho uma queda por morenas.
- Isso eu não precisava saber - me sinto corando
- Não precisa ficar vermelha. Somos amigos, não somos?
- Eu mal te conheço. - digo
- Você está certa. Mas te acordo com o tempo, a gente vai se conhecer.
- Não pretendo ficar muito tempo nessa cidade...
- Como assim?
- Assim que eu me formar, quero cursar em Oxford.
- Quanto mais alto sonhar, maior é a queda - diz ele se encostando na cadeira
Rio
- Quanto mais alto você voar, maior será a queda - o corrijo
- Tanto faz...
Luke acena para uma garçonete e ela vem até nós.
- Você vai querer o que? - ele me pergunta
- Chá gelado, por favor
- Eu quero o mesmo
- Ok - diz a garçonete que logo vai embora
- O que você gosta de fazer no seu tempo livre?
- Bem... eu leio e escrevo. - digo
- Interessante.
- E você?
- Eu treino.
- Legal - minto
- Você gosta de esportes?
- Sinceramente, não - digo - Não sou fã de exercícios...
- Serio? Você parece tão em forma.
- Eu sou magra, é diferente.
- Ok, vamos mudar de assunto? - assinto com a cabeça - Você vê séries?
- Sim
- Quais?
- American Horror Story, The Walking Dead, How to get away with a murder, Criminal Minds, e várias outras...
- Eu também vejo Criminal Minds - diz ele com um sorriso no rosto - Personagem favorito?
- Spencer Reid. E você?
- Penelope García.
- Legal...
- Aqui está os dois chás gelados! - diz a garçonete
- Obrigada - digo mexendo o canudo
Luke sorri e dá um gole em seu chá gelado. Eu não estava com sede, então continuei brincando com o canudo.
- Qual seu número?
Digo o número do meu celular, e ele o grava em seu telefone.
- Obrigado - diz ele
Dou um gole na minha bebida. Um sabor doce e gelado percorre minha boca como uma onda percorre a areia da praia. Uma sensação de tranquilidade invade o meu corpo e me sinto navegando entre nuvens.
- O que mais você gosta de fazer?
- Bem, vou ao parquinho.
- Você não está velha para isso? - pergunta ele sorrindo
- Tenho uma irmã mais nova, Clementine.
- É um nome bonito. Todos os nomes de seus familiares terminam com´´e``?
- Não, meu pai se chama Kenny e minha mãe se chama Katjaa - uma onda de tristeza invade o meu corpo e sinto o meu coração pesar. A dor ocupa o lugar da paz e tranquilidade que outrora estava em meu corpo.
- Katjaa é um nome peculiar - diz ele
- Minha avó vivia no mundo das luas, um dia ela passou em frente a uma loja de vodu e viu ´´Katjaa`` escrito em um frasco que tinha um líquido vermelho e ela decidiu que a filha dela ia se chamar Katjaa.
- Por que sua mãe não trocou de nome?
- Minha avó morreu durante o parto, é uma lembrança de que ela ainda vive nos nosso corações.
- Então você não conheceu a sua avó?
Assinto com a cabeça
- Sinto muito
Luke descansa sua mão direita sobre a minha, e com a outra enxuga uma lágrima que corria pelo meu rosto.
- Obrigada, Luke.
Nós conversamos e perdemos o horário. Quando chequei o meu celular já era cinco e meia.
- Luke! - Grita alguém.
Amber.
- O que você está fazendo com ela?!
- Conversando. Não posso?
- Não! Não mesmo!
- Ah! Pelo amor de Deus, Amber! Eu sou grandinho o suficiente para escolher com quem eu quero falar! Alem do mais, eu sou o mais velho!
- Não! Eu te proíbo de falar com ela! - exclama Amber
- Luke, eu tenho que ir.
- Você fica ai, bruxa. Quero ter uma conversa com você!
- Não fale assim com ela! - Luke se levanta da cadeira e para bem na frente de Amber.
- Crianças, aqui não é lugar para brigas. Por favor, se acalmem.
- Amber, cai fora!
- Ok, já estou saindo!
Amber atravessa a porta da lanchonete, eu podia sentir a raiva dela. Mas que droga! A culpa nem é minha, foi Luke que me convidou para sair!
- Desculpe, Nalie.
- Não, eu que tenho que pedir desculpas - Balanço a cabeça ao me levantar da cadeira - Sinto muito.
- A culpa não é sua! É da minha irmã!
- Talvez ela esteja certa. Eu sempre causo problemas, ela está apenas tentando te proteger - te proteger de mim. Te proteger da bruxa suicida
- Estou cansado da mesmice, Nalie!
Sorrio. Luke estava vendo as coisa coloridas, e aprendeu a enxergar alem do horizonte.
- Tenho que ir. Tchau, Luke - digo me afastando dele e andando em direção a porta. Sinto uma mão quente segurando o meu braço.
- Diga que eu estou perdoado
- Eu te desculpo, Luke, apesar da culpa não ser sua.
Eu me viro e encaro-o. Fico na ponta dos pés e beijo sua bochecha. Caminho até a porta e olho para trás e vejo Luke comum sorriso bobo. Solto uma risadinha.
- Você! Nunca mais chegue perto do meu irmão, está me ouvindo?
Viro e continua andando. Volto para o colégio.
- Ai está você, Ahs! Por onde andou?
- Não é da sua conta!
- Presumo que você estava com Luke...
- Cale a boca!
- O que vocês fizeram? - sorriu maliciosamente
- Vá pro inferno!
Entro no meu carro e vou para casa.
- Você esta bem? - pergunta meu pai
Fico calada e subo as escadas. Ao entra no meu quarto, tranco a porta e jogo minha mochila no chão. Deito na cama e olho para o teto. Um frio percorre a minha espinha. Conhecia aquele sinal...
-Tudo vai ficar bem, Natalie
- Quem é você e por que só eu posso vê-la?
- Não se preocupe, logo você terá as sua respostas, confie em mim
- Como eu posso confiar em você se eu não sei o seu nome, ou o que você é?
- Eu só posso te dizer uma coisa...
- O que?
- Você é importante, assim como sua mãe.
- Katjaa? - pergunto, confusa
- Não
- Então quem?
- Não me foi permitido dizer, sinto muito.
Respiro fundo. Eu não ai conseguir as respostas tão facilmente.
- A gente pode conversar, se você quiser.
- É, eu realmente preciso desabafar.
- Conte-me tudo - a criatura sorri
Ainda não conseguia descrever a mulher. Não conseguia ver seu rosto. Ela se vestia com uma túnica preta que estava em farrapos, e toda vez que ela falava saia fumaça de sua boca. Conto a ela sobre tudo. Sobre Amber, Noah e Luke.
- Essa Amber é uma praga! - exclamou ela
- Eu sei.
- Que tipo de nome é esse, ´´Amber``? Me faz lembra de uma das minhas aulas de ciências, quando eu estudei sobre amebas.
- Amber e ameba são palavras bem parecidas.
Rimos.
- Obrigada por me ouvir
- Foi um prazer - diz ela
- Sabe, minha mãe está no hospital, em coma, e eu não tenho ninguém para desabafar...
- Eu sinto muito.
- Obrigada
- Mas Kenny, seu pai, se preocupa muito com você.
- Eu sei, mas ele.... Não consigo me abrir com ele.
- Entendo.
Me levanto da cama e vou fazer o dever de casa.
Quando deu nove e meia eu me deito na cama e fico em silêncio.
- O que há de errado comigo?
- Não há nada de errado com você, você é perfeita
- Como assim?
Uma novem de fumaça apareceu e começou a rodopiar em torno da mulher.
- O que está acontecendo!
- Eu fale demais, sinto muito. Outro irá vir no no lugar. Sentirei saudades, Natalie
- O que?! Não!
A fumaça cercou por completo a pobre mulher e em questão de segundos ela havia desaparecido.
- Por favor, volte.
A nuvem agora estava indo em minha direção.
- Não! - grito
E então eu sinto que estou caindo, sinto uma espécie de líquido me envolvendo. E então tudo fica escuro.
Padouts!
Capítulo quatro pra vocês, meus amores!
Kisses and Hugs by: