11.17.2013

Aquela Coisa - Capítulo seis

- Catarina, uma adolescente que ainda acredita.
     
    Todos os guardiões saíram da Oficina e foram me ajudar a procurar os celulares, um para cada Guardião. Cada um foi qualquer lugar do mundo, atrás de um aparelho telefônico no qual não estivesse sendo mais usado. Eu, por incrível que pareça, não estava com o Jack, mas sim com a Fada. Estávamos no alto do Big Ben, em Londres, pra ser mais exata. Londres já estava a noite e algumas crianças já estavam indo para suas devidas camas dormir. Fada estava encantada ao ver uma garotinha que aparentava ter seus oito anos colocar um dente embaixo de seu travesseiro.

       - Se quiser, vá até lá pegar o dente, eu não me importo de demorar mais um tempinho por causa disso. -Fada me olhou nos olhos e, com esse olhar podia sentir que ela estava me perguntando se realmente podia. - É o que você faz, não posso tirar isso de você.
       - Eu adoraria, mas a última vez que fiz isso foi há um ano atrás, quando eu e os outros estávamos colhendo os dentes já que o Breu havia sequestrado minhas fadinhas.
       - Olha, pelo que eu vi em contos de fadas você deve esperá-la dormir para pegar o dente. Mas caso queira conversar com ela, aconselho de ir imediatamente antes que a garotinha vá dormir. -Fada deu um enorme sorriso.
      - Blair... Você quer... Quer vir comigo? Eu ainda me sinto insegura, geralmente eu não sou o que as crianças esperam.
      - Como não é? Você é a fada mais linda que eu já vi. É diferente de todas aquelas no qual eu vi, você é única e é isso que te faz especial.
      - Você acha isso? -Assenti. - Então vem!

      Fada pegou em minha mão e saiu voando, me puxando até a janela da menina que estava deitada olhando para o teto, provavelmente, não conseguia dormir. A pequena tinha cabelos ruivos e lisos, pareciam até mesmo fogo por conter algumas mechas loiras. Essas crianças de hoje, viu! Fada se aproximou da janela e abriu a mesma com cuidado para não assustar a menina. Fada, ao se aproximar da cama, sorriu para a menina que ainda não a via. Mas ao se virar, a pequena teve uma grande surpresa.

      - Fada do dente? Nossa, nunca pensei que você viria até aqui mesmo eu estando acordada! -A menina se levantou e começou a pular na cama. - Meu nome é Julie, e fico feliz em poder te ver.
      - Acredite, eu estou mais feliz ainda. Ah... Será que eu posso pegar o seu dentinho e em troca te dar uma moeda? -A menina assentiu. - Então, como você arrancou seu dente.
      - Ah, uma longa história! Estava brincando com meus amigos de pega-pega quando não prestei muita atenção no que estava na minha frente e acabei dando de cara numa árvore, fazendo o dente que estava mole cair. -Disse Julie. Ela falava um pouco rápido, o que me fez lembrar-me de uma pessoa. - Quem é essa garota? -Perguntou apontando para mim.
      - Ah, ela é uma amiga minha e dos outros guardiões. Sabe, ela está nos ajudando a derrotar o Bicho-Papão mais uma vez. O nome dela é Blair e, agora, sua mais nova amiga assim como eu.
      - Somos amigas? –Disse com tamanha felicidade.
      - Sim, e minha missão é proteger você e as demais crianças do mundo. Acho que... Acho que você vai ouvir muito sobre a Blair.
      - Nossa, eu adoraria poder ajudar em alguma coisa...
      - E pode! Sabe, precisamos de toda ajuda possível no momento.
      - E o que eu posso fazer para ajuda-las? –Julie quase gritou com tamanha felicidade, o que me fez rir um pouco e perceber que ela era uma garotinha que adorava conversar.
      - Poderia ajudar me trazendo um telefone celular que ninguém use mais nesta casa, ou quem sabe um notebook.
      - Ah, já sei onde arranjar um!

      Julie saiu correndo de seu quarto e depois de uns dois minutos voltou com um celular em mãos, mas infelizmente, não estava com o notebook que era o mais importante agora. Sentou-se novamente em sua cama e entregou o celular para fada.

      - Não é um modelo novo, como pode ver. Mas acho que servirá para algumas coisa. –Comentou a pequena.
      - É perfeito! Acha que este vai servir, Blair? –Analisei o aparelho e pude ver que era um modelo não muito antigo, mas não era como os de hoje. Apesar de estar um pouco desgastados e com leves falhas. Era perfeito!
      - Já é o suficiente para o que vamos fazer! –A primeira vez que falei desde que cheguei na casa da doce Julie.

P.O.V Jack

      Em minha mente só aparecia a cena em que limpei o canto da boca de Blair. Não sei por qual motivo ou razão de eu estar com aquilo na mente. Mas digo que estou diferente de uns tempos pra cá. Não sou mais o mesmo Jack Frost. Bom, mudando de assunto... Estava um pouco distante do Polo Norte, Brasil pra ser mais exato.

      Não estava no Nordeste onde Blair morava, estava no Rio de Janeiro e a noite já se encontrava naquela cidade. Algumas pessoas ainda voltavam de seus trabalhos ou escolas, e eu não pude deixar de notar uma garota que estava sentada num banco de frente para praia. Sua expressão era de pura tristeza. Mas o que aconteceu para ela estar assim?
     
      - Eu só queria que ele fosse de verdade. Queria que ele me ouvisse e soubesse que todos me chamam de louca e infantil apenas por acreditar em alguém que todo mundo diz que não existe. –Ela dizia para si mesma.

      Me aproximei mais um pouco da garota e vi que a mesma chorava. Ela olhava para o chão e fungava algumas vezes, qual seria o motivo de tanta tristeza? E do que ela estaria realmente falando?

      - Eu apenas desejaria que Jack Frost fosse real! –Gritou a garota.

      Então esse era o motivo de estar chorando? Ela acreditava em mim e o mundo ao seu redor dizia exatamente o contrário? Não vou deixar a fé dela morrer, mesmo ela tendo aparência de ter quinze anos. Me sentei ao seu lado, mas ela não me encarava.

      - E quem foi que disse o contrário? –Foi a primeira coisa que veio em minha mente. A mesma me olhou assustada e deu um pulo, o que fez ela cair no chão. – Calma, eu não sou assim tão feio!
      - Isso só pode ser obra da minha mente! Jack Frost, é você mesmo?
      - Em carne, osso e cabelo. –Falei e a mesma sorriu. – Agora me diga, qual é o seu nome?
      - Me chamo Catarina, mas pode me chamar do que quiser. –A garota de lindos olhos verdes e cabelos castanhos respondeu minha pergunta.
      - Até te chamaria de floquinho de neve, mas esse é o apelido da minha melhor amiga. Então... –Fiz uma pausa. Do que eu chamaria essa garota? – Acho que vou te chamar de pequeno gelo.
      - Você sempre usa o diminutivo quando vai apelidar alguém? E essa floquinho de neve é a Fada do dente? –Perguntou.
      - É, na maioria das vezes eu uso o diminutivo. E não, não é a Fada do dente.  

      Catarina estava achando estranho o fato de ninguém acha-la doida por estar falando sozinha. Mas o que ela não sabia era que todos vão poder me ver durante um ano. Tudo isso para poder passar mais tempo com a Blair. Mas eu simplesmente não sei por qual motivo quero ficar ao lado dela. Sinto a necessidade de protege-la.

     - Jack! –Acho que começara a ficar louco. Eu estava ouvindo a voz dela me chamando e, ao olhar pra trás vi que não estava ficando louco e que ela estava vindo junto com a Fada. Em suas mãos estava um celular. – Conseguimos, Jack! Conseguimos o primeiro celular! –Blair me abraçou.
      - Ótimo! Bom, quero que conheçam Catarina. Ela é uma das poucas adolescentes que acredita nos guardiões. Catarina, como você já conhece esta é a Fada do dente e, esta, é a minha melhor amiga, Blair.


       Catarina olhou Blair por alguns segundo e, como se estivesse sendo obrigada, cumprimentou Blair.  Mas com Fada foi diferente. A mesma deu um enorme abraço nela, o que fez a mesma assustar-se um pouco.

       - Olha sem querer ser a preconceituosa, mas já sendo. De que lugar do Brasil você é? Tem um sotaque um tanto engraçado! –Perguntou Catarina para Blair.
       - Oh me perdoe se o meu humilde sotaque incomoda você. E pra ser sincera eu tenho um sotaque um tanto diferente dos nordestinos.
       - Isso explica tudo! Nordestinos tem um sotaque estranho, mas ainda assim alguns são fofos e engraçados.
       - Jack, você já conseguiu o seu celular? Já está ficando tarde e você sabe que a Blair tem pouco tempo para falar com o tal de Wally. –Me relembrou Fada.
       - Estão precisando de um celular, certo? Bom, eu tenho um que talvez possa ajudar vocês.

       Catarina abriu a mochila que estava consigo e de lá tirou dois celulares, um ela entregou em minhas mãos. Não era um celular como o que Blair segurava. Era moderno e parecia novo. Sorri em agradecimento e a mesma sorriu, ao me preparar para poder voltar ao Polo, Catarina me chama.
      
      - Jack, espere! Como vou te encontrar de nove e, como vou saber que isso não foi um sonho?
      - Bom, não poderei estar aqui no Rio de Janeiro tão cedo. Mas se quiser me ver novamente, compre uma passagem para o Nordeste. Pro Ceará, de preferência. Eu estou sempre naquele estado tendo que cuidar de uma meia irresponsável e tendo que aturar críticas da amiga zangadinha.
       - Ceará? Mas não acha um lugar muito quente para você está por lá?
       - Durante um bom empo não. Mas se você for pra lá entenderá o motivo de eu estar naquele lugar quente.

       Olhei para os lados e ter certeza de que ninguém estaria nos vendo agora, e não estavam. Acenei para Catarina e voei logo atrás de Fada e Blair. Mas percebi que Blair não estava com um rosto amigável. Não quis perguntar, pois sabia que eu levaria patada na cara.

P.O.V Blair

      Não fui nem um pouco com a cara daquela Catarina. Sabe, achei ela metida demais por falar sobre o meu sotaque. Mas o mais estranho de tudo foi que eu senti ciúme. Senti ciúme do Jack. Mas como isso pode estar acontecendo? Bom, todos haviam pegado seus devidos celulares e eu estava com o meu mesmo em mãos. Mas eu espero que Wally seja inteligente o suficiente para que isso dê certo. 

       Estava tudo aqui, mas faltava algo no qual eu me comunicaria com o Wally, já que não tenho o número daquele idiota. Todos os guardiões estavam já na oficina, menos o Sand. Foi então que o vi comum celular em mãos e o notebook.

      - Agora eu já sei em quem devo confiar! –Disse e o mesmo deu um leve sorriso.
      - Bom, o que vai fazer agora? Como vai falar com esse garoto? –Perguntou Coelhão encarando o notebook, certamente ele não fazia ideia do que era aquilo.
      - Bom, tudo começa quando eu for baixar uma rede social para o notebook, aí é só torcer para aquele bocó estar online.
      - O bocó que você vive suspirando.... –Sussurrou Jack.
Bom, esse capítulo terá duas partes ou três. Acontece que eu estou com preguiça e preferi fazer em partes, mesmo deixando a quantidade de capítulos maior. Bem, antes de ontem estava com o layout e no dia seguinte era outro completamente diferente, não era? Bom, aquele layout só ficaria por um dia mesmo enquanto eu arrumava os gadgets desse par apor aqui no blog. Bom, no próximo capítulo que terá algumas coisas bizarras que vocês entenderam ao decorrer da fanfic. Bom, vou continuar escrevendo a parte 2 e o primeiro capítulo da fanfic com o Lia. Beijão!

13 comentários:

  1. Que foda q ta ficando a fic ,porfavor continue o mais rapido possivel pq e a uma das melhores fic q ja vi mais serio comtinua hj se der .

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  2. *o* Catarina, Catarina,largue o Jack!!
    Amei o capitulo,continuaa!!

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    1. Seria bom largar mesmo, tenho a estranha sensação de que ela não é de confiança.
      Continuarei hoje se for possível.

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