12.21.2014

Máscaras - Capítulo 2

 
Querida irmã caçula, Agatha. Infelizmente eu irei passar duas semanas com meus amigos numa casa de praia no norte da Califórnia. Eu sei, é meio longe, mas como nós dois sabemos, sou um homem adulto que sabe exatamente o que está fazendo. Voltarei logo, caso eu não retorne em duas semanas, sabe que aconteceu algo no qual tenha de se preocupar. Se eu passar mais do que vinte e quatro horas desaparecido, chame a polícia! Sei que não tem paz desde a morte daquela sua colega, mas um pouco de confiança em mim algumas vezes é bom, muito bom.
Sei que é uma garota quieta e comportada, mas caso você demonstre a sua rebeldia interior... Sem bagunça em nossa casa, sem estar sozinha com garotos e, principalmente, sem encostar um dedo no meu lindo e precioso GTA V.
Um grande abraço do seu maravilhoso irmão, Greg.
Amassei o bilhete e o joguei no lixo. Odiava ficar sozinha em casa, especialmente quando não podia atropelar algumas pessoas enquanto jogava o jogo do meu irmão. Gregory era um adulto de vinte e quatro anos, ele decidiu deixar Nova York e vir morar em Salem quando completou seus dezenove anos, e como sempre foi muito próximo à mim, decidiu que eu deveria vir com ele. Quase não concordaram, mas era meu irmão e eu o amava demais...
— Algum problema?
Quase esqueci de que Dylan estava aqui, e logo lembrei-me de uma das regras que meu irmão havia me dado. Não fique sozinha em casa com garotos. Essa regra não estaria valendo, eu não sabia que ele estava fora até sair da escola e voltar para casa. Virei-me para Dylan e dei o meu melhor sorriso, negando com a cabeça que não havia nenhum tipo de problema.
— Então... — Comecei — Qual é mesmo o assunto?

Não havia copiado as tarefas do dia, nem o resumo e nem prestei atenção na aula. Eu realmente fiquei pensando em Cora durante todo o dia e se eu não contasse para alguém o que vi certamente iria ficar louca. Dylan fazia uma atividade enquanto eu copiava a atividade que perdi na aula em que vi a foto de Cora. Eram vinte e duas questões e agora que eu estava na décima. A letra de Dylan era pequena, bem pequena mesmo comprada a minha no qual uma questão de três linhas em minha letra ficava cinco. Mas apesar de ser pequena, ele tinha uma bela caligrafia para um garoto. Talvez seja por isso que ele esconde sempre o seu caderno dos outros, se as pessoas vissem sua letra certamente iriam começar a chama-lo de afeminado já que os idiotas dizem que apenas mulheres tem a letra bem feita. Isso é uma babaquice!
Ele tinha vários cadernos, cada um para uma matéria diferente e eu me perguntava se quando ele vinha para a escola suas costas não ficavam doloridas por causa do constante peso. Certamente não, apesar de não ser tão musculoso, ele era um cara forte. Além de forte, era cavaleiro, algumas carteiras são muito pesadas para mim carrega-las até algum lugar da classe quando falta carteiras ou então me colocam para fazer provas fora de sala, Dylan sempre se ofereceu para carregar a carteira até onde o professor havia mandado. Algumas vezes nem parecia que ele estava deprimido, triste, abalado.
— Agatha, você sabe me dizer qual é o maior órgão do ser humano?
— A pele.
— Tem certeza?
— Isso é meio que a matéria do sexto ano, Dylan.
— Perdoe-me se esta pergunta fora muito idiota, eu só queria acabar com o silêncio.
Dylan pegou meu caderno e caneta, fechando-os imediatamente. Em seguida, ele pegou suas coisas e guardou em sua mochila, o mesmo fez com as minhas coisas, não sabia o que iria fazer, mas estudar não era o que ele pretendia no momento. Sentei-me na cama do meu quarto e o encarei enquanto procurava algo nas minhas coisas.
— Você não lê livros? — Perguntou.
— Não gosto de ler, acho que... Tenho preguiça.
— Não vou deixar uma garota inteligente como você se tornar uma pessoa que não gosta de ler. Pegue as suas coisas e vamos na livraria mais próxima da sua casa!
Não comentei nada e apenas peguei meu casaco. Dylan parecia estar querendo se distrair um pouco, isso era bom, muito bom. Algumas vezes é preciso se afastar do passado, você não pode esquecê-lo, se fizer isto você nunca terá uma história para contar, assim como se não existisse o passado, você nunca iria saber quem realmente é. Não era a primeira e nem a última vez que dizia isso para mim mesmo, Dylan é um garoto bom. Problemático algumas vezes, mas isso o faz ser especial tanto para Cora quanto para os amigos e família. Sempre quis ser sua amiga, ser alguém no qual ele possa confiar e contar seus segredos, sejam eles quais forem.
Ele decidiu deixar sua mochila na minha casa, disse que quando voltarmos da livraria iria fazer algo para comermos e depois iria embora. Ele parecia estar feliz de novo.
— Não sabia que cozinhava. — Ele riu.
— E não cozinho. É apenas um treino para os dias em que meus pais ficarão fora.
— E os seus empregados?
— Os dispensei durante a semana toda, queria ficar sozinho na MINHA casa, no MEU lar. E também para aprender a torrar pelo menos um ovo, não quero viver as custas de empregados e família, quero aprender alguma coisa!
— Se você quiser, pode comer na minha casa.
— Seus pais não irão falar nada?
— Eles moram em Nova York, eu moro sozinha com o meu irmão. Assim como você, ele não sabe torrar um ovo, acho que nem suco o idiota sabe fazer. — Ri com um pensamento — Eu sou meio que a cozinheira da casa, sabe? Então, ele viajou com os amigos, acho que não iria se importar se eu levasse um amigo para comer em casa.
— Você é de Nova York?
— Na verdade, eu nasci na Austrália, mas passei minha vida toda nos Estados Unidos.
— Poderia me ensinar a fazer alguma coisa de útil?
— Irei estudar esse assunto. — Dylan riu — Então, que livro você sugere?
— Cinquenta tons de cinza.
— É sério?
— Não.
— Sabia que iria dizer isso.
— É Jogos Vorazes. — Dylan abriu a porta da livraria para mim. Ela era pequena, mas tinha vários livros por todas as partes. Tinha um cheiro agradável e era bem simples, aconchegante e um verdadeiro paraíso para amantes da leitura.
— Eu assisti os filmes.
— Assistir os filmes não é a mesma coisa que tocar no livro, cheiras as páginas, se sentir dentro da história e muito menos sentir a dor dos personagens. A dor é mais detalhada e isso dá mais emoção que o filme em minha humilde opinião.
Havia poucas pessoas no estabelecimento, a maioria usava óculos, como eu imaginava. Eu discordava das pessoas acharem que todos os nerds usam óculos, tem espinhas e aparelho dental. Dylan O’brien era um verdadeiro nerd e não usava nenhum desses acessórios, e quanto as espinhas, era muito raro vê-lo com a pele oleosa ou então com as tão adoradas espinhas no rosto. Como a minha linda avó diria: Que orgulho essa mãe tem desse filho tão bonito!
Dylan não estava satisfeito que eu tivesse somente um livro, brigando um pouco comigo e quase tendo me dado uns tabefes ele comprou os três livros da saga. Mas fora a briga na hora em que ele insistiu que fosse os três, também brigamos na hora de pagar. Eu queria pagar, mas Dylan, como todo garoto cavaleiro, insistia em pagar. Chegamos à um acordo, cada um de nós dois pagamos a metade do preço. Fora essas brigas, fora divertido ir a livraria, Dylan falava muito e alguns momentos eu pedia para que o mesmo falasse um pouco devagar, em alguns momentos, eu realmente não entendia o que ele falava.
Ao chegarmos em casa, o disse que podia cozinhar o que quisesse. Não sabendo nada sobre cozinha, ele optou por fazer um sanduíche para mim e para ele.
— Cor favorita? — Ele perguntou.
— O quê?
— Não sabemos quase nada sobre o outro, achei que estava na hora de sabermos um pouco mais sobre nós mesmos. Então... Cor favorita?
Enquanto Dylan fazia o sanduíche e se arriscava em alguns petiscos, fiquei terminando de copiar a atividade. Eu definitivamente não sabia que cor eu realmente gostava, nunca pensei sobre isso e achei que nunca ninguém iria falar comigo sobre o assunto.
— Preto. — Respondi.
— Eu gosto de...
— Não, não... Azul.
— Certo, eu gosto de...
— Não, azul é cor de gente com problemas mentais pelo o que meu irmão diz. Vermelho.
— Certo, vermelho. Eu realmente gosto de...
— Pra falar a verdade, eu não sei que cor eu gosto. Acho que colorido. — Dylan revirou os olhos e suspirou não falando mais nada durante um bom tempo. Quebrei o silêncio ao fazê-lo a mesma pergunta que ele me fizera momentos antes — E a sua?
— Posso?
— Não, não pode. Deve!
— Preto e branco.
— Preto e branco? Por quê?
— Eu gosto de pandas, e eles têm essa cor preta e branca, certo? Então... minhas cores favoritas são preto e branco. — Assenti e Dylan colocou os sanduíches na sanduicheira, sentando-se de frente para mim em seguida. Ele ficou calado durante um tempo, mas Dylan era um cara que não gosta de ficar calado, e em instantes ele retornou a falar — Comida favorita?
— Lasanha.
— Pizza.
— Cachorro ou gato?
— Cachorro.
— Contando que seja animal, qualquer um.
— Agatha não sei o sobrenome, você tem respostas muito longas.
— Lahey. — Ele me olhou confuso, o que me fez rir.
— O quê?
— Agatha Lahey.
Ele assentiu. Quando os sanduíches estavam prontos, ele me deu um e imediatamente o comi. Eu realmente estava com fome, muita fome, passar quase a tarde inteira sem comer absolutamente nada. Dylan me disse que seus pais e sua irmã haviam saído da cidade por três dias para encontrar alguns vestidos para o casamento da irmã. Algumas pessoas já foram convidadas e Dylan disse que faltava uma madrinha para subir ao altar com ele como o padrinho e a madrinha da noiva. Talvez chamasse Angel, mas ainda estava pensando sobre isso.
Não era um bom cozinheiro, mas para um sanduíche ele estava indo muito bem. Podia ser rico e bem educado, mas quando não estava na presença dos pais ele agia como um adolescente normal. Com a boca suja de ketchup, Dylan sorriu para mim quando percebeu que eu o encarava. Um sorriso grande, exagerado e com pedaços de queijo, alface e tomate por toda a parte. Não consegui ficar séria, eu comecei a rir.
— Está me fazendo bem ficar aqui. — Ele disse.
— Como?
— Estava depressivo, triste. Você queria me dizer algo esta manhã, algo no qual eu não deixei que dissesse. Em cinco meses de puro sofrimento, você foi a única que sentou ao meu lado e tentou falar comigo, você insistiu em falar comigo, mas eu simplesmente me esquivei e fui embora. Quantas pessoas iriam até mim para poder sentar e me perguntar se eu estou bem?
— Eu certamente não teria ido falar com você, não naquele momento.
— Por quê?
— O único motivo de eu ter ido até você era que eu realmente precisava falar com você. É sobre aquela noite, a noite em que Cora foi morta.
— Conte, Agatha, conte!
— Eu a vi ser morta. A pessoa a matou em minha frente!

O movimento no corredor da escola estava vazio. A maioria das pessoas estavam no refeitório ou então no campus. Certamente destruí a noite divertida de Dylan quando o contei sobre o que vi. Ele saiu correndo de minha casa e nem falou comigo esta manhã. Ele me viu, mas não olhou na minha cara e nem se quer retribuiu o meu bom dia quando o encontrei nos corredores enquanto ia para o refeitório há cerca de dez minutos atrás.
Simplesmente odiava a sensação de que lembra-lo aquela noite foi a pior coisa que fiz. Mas agora ele tinha mais alguém para ajudá-lo a encontrar o responsável pela morte de cora. Seria bom para alguns, um saco para mim. Não queria ter de dar mil depoimentos para a polícia, especialmente por ser a única testemunha da morte. Não pude ver seu rosto, havia muitos arbustos no qual não me permitiram ver o rosto da pessoa. Mas uma coisa eu sei... era um garoto, e Cora parecia conhece-lo por causa do sorriso que deu quando o viu.
Essa cena simplesmente não saia da minha mente. O sangue que espirrou em meu rosto quando a bala tingiu a cabeça de Cora e o terror em seus olhos ao ver a arma. Era muita coisa para mim esclarecer direito, eu tinha que arrumar tudo com clareza. Quem seria capaz de fazer isso? Quantos garotos haviam naquela festa? Certamente muitos! Mas era um garoto da minha idade, certamente. Passei as mãos nos meus cabelos e os puxei um pouco, algumas vezes isso me ajudava a lembrar de algo no qual eu deixava passar.
Lembro-me de ter visto um pouco a manga de sua blusa. Era uma manga longa, quase cobria a sua mão. Acho que... era vermelha. Sim, era vermelha! Era uma blusa xadrez vermelha, disso eu me lembro perfeitamente bem!
Dylan precisava saber disso, certamente não queria me ouvir falando do assassinato, mas ele precisava saber. Quem naquela festa estava de blusa xadrez vermelha? Nenhuma. Todas estavam com roupas sociais, a não ser que tivesse tirado o smoking ou não tivesse sido convidado para a festa.
Assustei-me com a batida da porta do meu armário. Alguém o tinha fechado e quando olhei para a pessoa eu vi Dylan, ele estava sério e olhava para os lados como se não quisesse que ninguém nos visse ali.
— Eu preciso saber! — Ele disse.
— Do quê?
— Do que você realmente viu aquela noite. Isso é importante.
— Não lembro claramente, mas acredito que o assassino estava usando uma blusa xadrez vermelha. — Dylan encarou-me nos olhos, sério. Os olhos cor de mel estavam escuros, certamente por causa da pouca luz do corredor, o que os deixava sombrios e mais tristes do que aparentavam estar. Dylan molhou os lábios com a língua e olhou para baixo, pude ver uma lágrima descer de seus olhos, molhando seu rosto em seguida.
— Viu o rosto?
— Não. Me desculpe.
— Não se desculpe, por favor. — Assenti. Dylan limpou a lágrima que caía devagar e fungou um pouco. Olhou para mim, ainda mais sério — Você vai ter que me ajudar agora.
— A encontrar o cara?
— Não só a encontra-lo, mas matar o desgraçado!
Ouvir aquelas palavras da boca de Dylan me fizeram ficar surpresa. A morte de Cora o fez tornar-se um garoto vingativo e certamente psicótico. Nem sempre a solução é matar, mas certamente a justiça não vai fazer com que o assassino pague pelo crime cometido. Um dia ele estará solto, e certamente irá querer vingança por passar anos preso e isso seria desagradável.
Dylan parecia esperar a minha resposta pacientemente. Fiquei o encarando assustada por alguns segundos e finalmente pisquei os olhos, estava um pouco surpresa com o que Dylan acabara de dizer. Esse não era o Dylan que eu mal conhecia, não era o Dylan que todos sabiam que não teria coragem de machucar nem mesmo uma formiga.
— Você não vai fazer isso! — Foi a única coisa que eu consegui dizer.
— Tenho dinheiro o suficiente para mandar alguém o fazê-lo.
— Dylan, isto é loucura!
— Quer me ajudar? Me ajuda a encontra-lo! Certo, não prometo o que farei depois de encontrar o desgraçado, mas agradeço se não se meter em minha vida depois! Eu gosto de você, é uma boa pessoa e certamente será uma grande amiga, mas precisa ter um pouco mais de confiança em mim.
— Você disse que iria mata-lo, Dylan!
— Acredita mesmo nisso? Disse que tinha dinheiro suficiente para mandar alguém fazer isso, realmente tenho, mas não significa que eu irei fazer isso. Eu só quero acabar com isso de uma vez por todas e seguir em frente! Enquanto o caso da morte de Cora não for resolvido eu não terei paz e nem sossego. Serei para sempre o namorado da menina morta!
— Você não vai ser.
— Como pode ter tanta certeza?
— Logo terá outro escândalo, um escândalo maior. E todos esquecerão isso.
— Agatha você é a única pessoa que pode me ajudar agora.
Fui surpreendida quando Dylan abraçou-me. O retribui, ignorando as lágrimas do rapaz que molhavam as minhas costas. Dylan havia se tornado um garoto sensível desde aquela noite, certamente tinha alguns problemas em casa e por isso eu quase sempre o via na praça, sentado... sozinho. Seus amigos o abandonaram, sua família tenta a qualquer custo reanima-lo, mas parece que nada funciona.
Passei a mão pelos seus cabelos e o afastei um pouco, enxugando as suas lágrimas e dizendo que tudo iria ficar bem. Ele fungava e os seus olhos estavam vermelhos. Percebi olheiras fundas em seu olho e notei que ele não dormia há dias. O abracei novamente e o seu choro se tornou mais forte. Senti dó de Dylan, eram nessas horas que nós precisávamos de amigos para poder nos apoiar e ficar do nosso lado. Os amigos de Dylan simplesmente se afastaram e o deixaram sofrer em silêncio. Eu quase não o conhecia, mas eu sabia que Dylan queria compartilhar a sua dor, não importando quem fosse. Ele só não queria se sentir sozinho por mais tempo.
— Eu a amava. — Ele dizia repetidas vezes — Eu a amava.
— Shh... — O abracei mais forte e senti vontade de chorar. Odiava ver pessoas sofrendo, eu conseguia sentir a sua dor e isso era ruim. Não consegui aguentar e também chorei. Dylan havia compartilhado toda a sua dor comigo — Tudo vai ficar bem, meu amigo.
— Como pode ser assim?
— Assim como? — Não conseguia entende-lo.
— Tão doce, tão amável. Você certamente deve ter os seus problemas mas ainda assim se preocupa comigo, mesmo não me conhecendo direito.
— As pessoas são mais importantes do que mim mesma, Dylan. Eu simplesmente me esqueço quando vejo uma pessoa precisando de um ombro amigo. — Ele deu um meio sorriso, soltando-me logo em seguida. Enxuguei novamente as suas lágrimas e ele riu ao perceber que eu também estava chorando.
— Que lágrimas são essas?
— Lágrimas de tristeza, não gosto de ver meus amigos tristes.
— Sou seu amigo?
— Agora é. — Dylan riu novamente. O sinal anunciando que o fim do intervalo havia tocado, fazendo Dylan revirar os olhos. Ele estava com dois livros na mão e dois cadernos. Eu também estava com dois livros, mas apenas um caderno em mãos.
— Qual sua aula agora?
— Inglês.
— Hum... — Ele pareceu desapontado — E depois?
— Artes.
— Certo, esta também é a minha aula! Passo na sala de inglês para irmos juntos? — Assenti — Certo, até mais!
Dylan deu uma piscadela e foi em direção a sua aula. Também fui para a minha aula. Não gostava muito de inglês, sempre tinha tarefas demais e eu geralmente dormia e eu não entendo como tiro tantas notas boas. Certamente eu ficaria mais próxima de Dylan, especialmente agora que ele não tem amigo nenhum e está num estado depressivo e psicótico. Tentaria leva-lo ao psiquiatra caso necessário e eu realmente espero que ele não volte com aquela história de matar o assassino, isso é totalmente desnecessário!
O professor de inglês geralmente chega atrasado e eu realmente não sei o que ele tanto faz na sala dos professores. Alguns alunos dizem que ele está ficando com a professora de artes e disso eu não duvido muito já que sempre os dois trocam olhares estranhos quando se encontram nos corredores da escola.
A professora de artes se chamava Danielle e tinha seus trinta e dois anos. Era casada e certamente sempre traiu o seu marido já que era um homem de cinquenta anos careca e gordo. O professor de inglês se chamava Paul, sua mãe era fã dos Beatles e quase colocou o mesmo sobrenome de Paul Mccartney. Tinha quarenta anos e eu podia jurar que ele parecia ter vinte e poucos anos. Assim como a professora Danielle, ele era casado. Ambos são idiotas.
— Bom dia, alunos. — Professor Paul disse assim que entrou na sala de aula.

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