10.24.2014

Máscaras - Prólogo

O sol estava se pondo, o que indicava que o baile de máscara na mansão da família O'Brien. Cora arrumava-se para a festa, estava muito mais animada para poder rever o namorado. Imaginava como estaria a decoração, certamente estaria impecável, assim como Helena O'brien, dona da mansão e mãe de seu namorado. Usava um vestido tomara-que-caia roxo no qual ia até a metade de sua coxa. Os olhos azuis estariam destacados pela maquiagem e pela máscara rosa, laranja e amarelo que usava. A máscara tinha fitas laranja ao lado, e uma flor vermelha mais acima. A cor amarela começava a escurecer e a tornar-se laranja, assim como o laranja também começava a escurecer e se tornar, enfim, rosa.
Os sapatos de salto alto vermelho a deixavam mais alta do que desejava, mas estava contente em pensar que não estaria tão baixa perto de Dylan.
Era aniversário de Júlia O'Brien, irmã mais velha de Dylan. Era uma mulher no qual estava completando seus vinte e cinco anos. Era definitivamente uma mulher, prestes a casar-se com o homem de sua vida. Seu noivo se chamava Charles Campbell, experiente em medicina e completamente apaixonado por Gemma. Cora sempre dizia que eles eram o tipo de casal clichê. Sempre se elogiando e trocando carinhos.
— Já está preparada? — O pai de Cora perguntou-lhe.
— Sim. — Ela respondeu — Vamos?
***
As pessoas conversavam entre si e comentavam sobre como Helena O'Brien tinha bom gosto. Helena adorava Cora, dizia que seria uma ótima mãe e a nora perfeita. A loira sempre ficara envergonhada com os elogios da sogra, mesmo adorando os elogios, dizia que não precisava elogiar tanto, pois tinha medo que isso pudesse fazer com que ela se tornasse uma pessoa exibida.
— Vamos falar com a aniversariante? — Dylan perguntou.
— Eu estava mesmo indo lhe pedir para falarmos com a Gemma.
Dylan e Cora também eram motivo de algumas piadinhas de Charles. Dizia que eles eram o tipo de casal rebelde, já que sempre que podia, Dylan fugia de casa e ia encontrar Cora em algum lugar de Salem.
Gemma estava colocando a sua máscara quando surpreendeu-se quando Cora abriu a porta de seu quarto usando um vestido tomara-que-caia. Ela odiava vestidos assim, pois sempre ficava os levantando enquanto jurava que eles estavam caindo. As duas abraçaram-se, eram grandes amigas desde quando Gemma defendeu Cora das líderes de torcida –no qual Gemma também fazia parte–. Depois deste dia, elas se tornaram grandes amigas.
— Achei que não viria! — Gemma disse.
— Acha mesmo que eu iria perder essa oportunidade de ver você fazendo um aniversário de vinte e cinco anos como se tivesse quinze?
— Gosto de festas assim. — Gemma confessou — Vamos descer?
— Vai mesmo me fazer descer essas escadas novamente? — Dylan queixou-se.
— Você é mesmo um idiota! — Gemma revirou os olhos enquanto puxava o irmão para sair de seu quarto enquanto Cora falava como tudo estava lindo.
As pessoas dançavam conforme o ritmo da música. Todas mascaradas, irreconhecíveis. Cora tomava um copo de ponche enquanto conversava com Charles sobre plantas medicinais. Não planejava ser médica como o amigo, mas se interessava em saber sobre medicina, e sempre que podia, perguntava à Charles sobre o que tinha dúvida.
Mais adiante, estava Dylan conversando com sua mãe. Cora ria conforme ele falava com Helena, parecia uma criança implorando por um brinquedo novo. Despediu-se de Charles e foi falar com o namorado que falava com a mãe sobre um possível casamento com Cora, o que a fez surpreender-se. Não sabia se Dylan estava brincando ou realmente falava sério, mas ficava feliz em saber que ele falava sobre casamento.
— Dylan? — Ele a encarou — Vamos para o jardim?
— Não está gostando da festa?
— Sim, estou. Mas você sabe que eu gosto de um pouco de ar livre.
— Certo. — O garoto disse — Mãe, volto logo!
As plantas do pequeno labirinto no jardim da mansão eram tão verdes que faziam Cora achar que eram de mentira, mas eles eram bem reais. Helena adorava plantas, por isso sempre as cultivou bem em seu enorme e espaçoso jardim. Dylan e Cora andavam pelo local de mãos dadas e de vez em quando trocavam demorados selinhos. Cora assustou-se quando o namorado a puxou para um beijo mais intenso. As mãos de Dylan largaram as mãos de Cora e segurou a sua cintura com delicadeza, como se apertasse mais um pouco iria quebrar a delicada Cora. A loira adorava os beijos de Dylan, especialmente quando logo após o beijo Dylan começava a dar delicados selinhos em sua bochecha, como fazia agora.
— Está com fome? — Dylan perguntou à Cora quando ouviu a barriga da mesma implorar por comida. Não tinha comido desde o almoço, estava ansiosa para vê-lo depois de uma semana da viagem que fizera para Nova York. Cora assentiu — Quer que eu traga alguma coisa?
— Eu adoraria que trouxesse um sanduíche.
— Sanduíche vai fazer você ficar satisfeita? — Ele sabia que no fundo Cora não queria engordar. Quando a conheceu, sofria com anorexia e resolveu ajuda-la. Foi assim que ele começou a apaixonar-se pela sua loirinha, como costumava chama-la — Sabe que precisa de uma boa alimentação, querida. Sente-se aqui! — Dylan apontou para o banco ao seu lado — Vou trazer uma refeição digna para uma garota tão bonita como você.
Cora via-o distanciar-se aos poucos com um sorriso no rosto. Lembrar do beijo anterior a fazia ir ao mundo da lua. Como podia existir um homem tão perfeito quanto Dylan? Ele era real? Sempre fazia essas perguntas para si mesma quando ele lhe enviava uma carta, um SMS, um gesto romântico ou quando se beijavam. Cora adorava como Dylan a respeitava, não era apressado no relacionamento, e esperava o tempo que fosse caso Cora não estivesse pronta para dar um passo adiante no relacionamento dos dois.
Estava tão fora de si que nem percebera que alguém estava ao seu lado, a olhando. Ao ver aquela pessoa com um sorriso estranho no rosto, sorriu também. Cora não sabia que a sua vida acabaria ali, e também nunca iria entender o motivo daquela pessoa querer mal a ela. Olhou para as mãos da pessoa e viu que a mesma segurava uma arma. Seu sorriso desapareceu no mesmo instante.
— O que pensa que...
Antes que pudesse dizer alguma coisa, o barulho alto do tiro disparado fora ouvido por toda a vizinhança. Assustando os convidados da festa no qual de início acharam que seriam fogos, mas ao ouvir o grito desesperado de Cora correram para o local em que o possível grito fora ouvido. Dylan não teve tempo de terminar de arrumar a refeição da namorada, a notícia de que ouviram o grito da garota o fez correr em direção ao lugar em que estava. Só pôde ver o corpo da menina jogado no chão enquanto o sangue ainda saia de sua cabeça. Quem faria uma barbaridade dessa?
— Cora?

Um comentário:

  1. Já gostei da fic man, mas fiquei com do da Cora tadinha, mal começou a fic e a menina ja morreu. .. Continua curiosa p prox.
    Xxoxo Duda

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