- Encurralados como ratos
– O que aconteceu, Catarina? – Sky
perguntou ao longe. Não consegui responder, apenas observava aquela imagem
horrenda enquanto gritos femininos ecoavam na minha mente. O que estava
acontecendo comigo? Eu nunca pensei tanto na minha mãe. Eu era uma pessoa fria
e calada, menos com Bianca e Alex, isso era estranho.
Desabei de joelhos no chão e abaixei
a cabeça. Não, eu não podia chorar! Eu não fui treinada para aquilo.
Aqui, agora, caída no chão indefesa,
as lágrimas desciam incontroláveis por minha face, a tristeza me vencia,
soluços ecoavam agora no cômodo, onde Sky estava parada ao meu lado, chorando,
mas eu acho que não queria demonstrar, já que havia se posicionado em posição
fetal e tampado o rosto. Os soluços dela eram de pura tristeza, as minhas
lágrimas eram de ódio. Eu me sentia culpada pela morte de Allie, era só queria
viver para proteger a irmã. Eu teria me sacrificado no lugar dela, o que eu
perderia? Meu pai? Não, acho que ele ficaria melhor sem a minha presença.
Agora, já levantando e voltando a ver
a cena, que havia mudado um pouco, já que Daniel havia posto fogo no corpo de
Allie e Ross abaixava a cabeça e falava algo incompreensível pela distância, eu
podia até ouvir.
Ouvir o que? A dor, o sofrimento,
pânico. O que será que Allie havia passado?
Eu até me lembro de um dia, quando eu
estava conversando com Bianca. Havia acabado de conhece-la, ela fez uma cara
triste e já ia indo embora quando a parei. “O que foi? Eu disse algo que te
magoou?”, ela sorriu bobamente e depois olhou para o chão, “quando as pessoas
ficam próximas demais à mim, é o mesmo que pedir para se machucar”.
Acho que aquela frase só se aplicava
a mim.
Minha mãe morrera, meu pai sofria e
me culpava pela morte dela (não o julgo, até chego a concordar com ele em certo
ponto) e agora, vendo o corpo de Allie sendo queimado e virar cinzas em frente
aos meus olhos era demais.
– Catarina... – Sky se recuperou um
pouco, apesar de sua voz falhar e o seu rosto estar todo vermelho – Precisamos
ir, antes que os garotos vão embora, aliás, aquelas chamas vão chamar a atenção
de outros zumbis.
Me levantei, cabisbaixa e com o rosto
igualmente vermelho, a morte dela não seria em vão. Eu não deixaria.
– É verdade. Allie não gostaria que
ficássemos aqui, chorando. Eu até imagino o que ela falaria.
– “Vocês são tão fracotes a ponto de
chorar por isso? Ah, vão lá e acabem com aquelas pestes”. – Sky sorriu minimamente
e eu assenti.
– Chorar é uma virtude. – aquele
garoto de olhos azuis se meteu.
– Não em um apocalipse zumbi. – fui
curta e grossa, já me virando em direção à porta. – Chega de sorrisos ou
gracinhas. A escolha é de vocês: se sorrirem, será porque chegou a sua hora, se
fizerem gracinhas é porque sabem que são tão inúteis, não sabendo fazer nada, e
querem atrapalhar os outros que sabem fazer.
– Não seja tão dura, Catarina. – Sky
me repreendeu, abrindo a porta e me olhando nos olhos. Suspirei, estava
exausta. Esgotada.
– T-Tudo bem. Vamos logo.
Saquei a minha adaga e Sky pegou a
pistola, recarregando-a e preparando-a.
Saímos na frente e depois fizemos um
sinal indicando “tudo bem, passagem livre”. Um por um dos sobreviventes saíram
do apartamento e fizeram uma massa de gente atrás de nós.
Fomos andando bem devagar, até que
sinto um cheiro estranho. Era um cheiro muito ruim e forte. O corredor ainda
estava claro, só que não ajudava.
Olhei para Sky e a mesma tampava o
nariz. E fez um sinal de “X” com os dedos. Eu não entendi, obviamente, mas bem
na hora que eu ia perguntar, algo me acerta tão forte que eu voo para trás,
batendo na parede atrás de mim. Sinto algo quente escorrer por minha nuca e
toco o local. Era sangue.
Ouço vários tiros, mas sou incapaz de
me mover e ajudar Sky, estava muito tonta e com o corpo todo dolorido.
Decidi abrir os olhos e pontos pretos
e amarelos dançaram na frente deles. Às vezes minha visão escurecia e às vezes
clareava.
Quando melhorei o bastante para
conseguir me levantar e me manter em pé, olhei para frente.
Quase tive vontade de vomitar! A
criatura com quem Sky lutava (ou tentava) era horrenda, a mais feia de todas
que já vi.
Ele era um gigante, tinha uns 3
metros de altura, gordo e com vários buracos de tamanhos variados espalhado
pelo corpo, por onde se passava um verme branco e gosmento. Estava totalmente
nu, não tinha pele, e soltava sangue e pus para todo o lado. Tinha tufos de
cabelo pelo corpo, não tinha nariz e nem orelhas, seus olhos eram apenas
órbitas vazias e ocas, sua boca era grande e com dentes muito, muito afiados e
meio esverdeados. Ele soltava uma gosma preta pela boca e que, quando tocava o
chão, desaparecia e o chão fumegava. Aquilo era ácido?!
Peguei a minha adaga no chão e
avancei, cambaleante.
Enfiei a adaga no peito da coisa e
ela me olhou, acho que aquilo o deixou com mais raiva do que o machucou.
Ele levantou a mão, que eu percebi
que não tinha dedos, eram apenas ossos amarelados, e avançou na minha direção.
Desviei e por milímetros ele não me acerta. Caí ao lado de Sky.
– O que é essa nova coisa? –
perguntou dando vários tiros na cabeça dela.
– A nova raça.
– Acho que vou ter pesadelos.
– Eu tenho isso todos os dias –
respondi e avancei novamente, dessa vez acertei com a adaga na cabeça do verme,
ele se contorceu todo e virou um líquido amarelo. A mutação urrou e caiu no
chão. Ela foi encolhendo até que voltou a ser um zumbi normal. – Acabamos com
esse, mas... foi até fácil.
– SAIA DE PERTO DELE, CATARINA! – Sky
gritou e eu me afastei, logo ela se cobriu com a capa e eu fiz o mesmo. Senti
um cheiro horrível, prendi a respiração, abri a minha mochila e peguei duas
máscaras de gás. Coloquei uma em mim e joguei a outra em Sky. Ela fez um
“o.k.”, agradecendo e eu sorri.
Descemos e quando chegamos ao térreo,
Daniel e Ross apontavam uma arma para os sobreviventes. Tiramos as nossas
máscaras e eu falei:
– Abaixem as armas, eles são os sobreviventes,
Daniel, Ross.
Eles olharam para mim e abaixaram as
armas.
– Catarina, Sky... – a voz de Ross
falhava – Ainda bem que vocês estão bem...
Sky sorriu e logo se dirigiu ao fogo
que ainda ardia bravamente onde era para estar o corpo de Allie, mas que só
víamos cinzas, nada havia sobrado dela, a não ser aquelas malditas cinzas!
Senti uma pontada aguda atrás da
cabeça, fiz uma careta de dor e coloquei minha mão no local. A pontada parou,
por hora, e eu olhei a minha mão. Ela estava cheia de sangue.
– Catarina... – Sky se aproximou de
mim e observou o meu machucado fazendo uma cara de reprovação. – Por que não me
avisou desse machucado enquanto descíamos? Poderia ter sido grave!
– E não foi? – perguntei, fraca. Os
pontos ainda dançavam à minha frente.
– Graças que não, foi apenas um
corte. Um minuto.
Ela se abaixou, abriu a sua mochila e
de lá pegou uma bandagem, sua garrafinha de água e um pouco de algodão.
Me virou de costas para ela, molhou o
algodão com a água e limpou o meu machucado. Eu fazia caretas de dor e me
contorcia toda. Daniel tentava prestar atenção no que estava fazendo, que era
vigiar a área, mas vez ou outra olhava para mim e ria, Ross mal conseguia
tentar prestar atenção no que deveria estar fazendo, que também era vigiar a
área. Virei motivo de piada agora?
Quando terminou de limpar, Sky me
virou novamente e começou a enfaixar parte da minha cabeça, a faixa passava
pela minha testa e por parte do meu pescoço.
– Pronto. Terminei. – Sky falou. –
Agora podemos ir.
Daniel estava imóvel atrás de uma
pilastra.
– O que foi, Daniel? – Ross falou um
pouco mais alto e Daniel fez uma cara de raiva e medo.
– Droga, Ross! – Daniel falou se
afastando. – Recuar! Corram!
Os sobreviventes se desesperaram,
Ross, Sky e eu corremos até onde Daniel estava e quase enfartamos.
Mais de sessenta zumbis vinham na
nossa direção. Meus olhos estavam tão arregalados, mas não era pelos zumbis,
não, eu já estava acostumada. Eu estava assustada com o que vinha à frente
deles. Meus olhos estavam em chamas, não consegui pisca-los, eu estava imóvel e
tremia loucamente, aquilo não era possível, eu havia matado ela!
Mas eu não poderia estar imaginando
coisas, os outros também a viam, apesar de não saberem quem aquela mulher era.
O que ela significava para mim, ou o modo como muitas pessoas diziam que ela se
parecia comigo, com os seus cabelos ruivos, curtos e repicados, olhos meio
esverdeados e meio azulados, que sempre sorria quando eu a chamava para me
ajudar em algo relativamente inútil.
A segunda pessoa que eu mais amei e
que talvez ainda ame. Juliana. Minha irmã, morta.
– Vamos, Catarina! Não podemos acabar
com tantos assim! – Sky me chamou e eu assenti, começamos a correr, tentando
achar o resto dos sobreviventes.
Novamente, me desesperei. Na hora do
pânico, os sobreviventes acabaram de separando, formando grupinhos pequenos ou
até sozinhos!
Daniel, Ross, Sky e eu continuamos
correndo. Estávamos exaustos, mas continuamos.
Depois de mais ou menos meia hora,
paramos. A nossa respiração estava ofegante e estávamos empapados de suor.
Olhei o céu, daqui a pouco
escureceria. Pelos meus cálculos, deveriam ser por volta das cinco e pouco da
tarde. Paramos perto de um beco escuro, de lá ouvíamos choro e sussurros.
Seriam os sobreviventes?
– Tem alguém aí? – perguntei, armando
a minha adaga na direção da escuridão.
– São v-vocês d-d-da A-Alfa? – uma
voz infantil perguntou, ela era bem familiar.
– Megan? – perguntei, receosa.
Logo seis pessoas do grupo de
sobreviventes saiu do beco, dentre eles, Megan.
Logo os reconheci. Era Megan, o
garoto de olhos azuis que ainda segurava sua arma, duas mulheres mais velhas,
uma ruiva de olhos azuis e uma morena de olhos castanhos esverdeados, uma das
armas biológicas, a garota de cabelos platinados, olhos azuis e forte maquiagem
e o último, que era um garoto, tinha os cabelos meio acastanhados e repicados,
e olhos cor de mel.
– Cadê o resto de vocês? – Daniel
perguntou, e eu ainda mantinha o meu olhar fixo em Megan, que agora me
abraçava.
– Não sabemos. – a mulher mais velha
de cabelos ruivos respondeu – Nós nos separamos.
– Hum... – Sky pôs a mão no queixo,
enquanto arqueava a sobrancelha olhando Megan – Não nos apresentamos ainda.
– Bom, é verdade. Me chamo Claire. –
a mulher ruiva de olhos azuis falou, sorrindo amigavelmente. Ela se parecia
muito com a minha irmã, só que mais velha alguns anos.
– Eu me chamo Phoebe. – a mulher de
cabelos castanhos e olhos castanhos esverdeados sorriu, apertando as nossas
mãos.
– Megan! – Megan exclamou e sorriu.
Nós demos algumas risadas e prosseguimos.
– Eu me chamo Justin – o garoto de
cabelos castanhos e olhos cor de mel falou, indiferente.
– Sou a Kim. – a arma falou, nos
encarando.
– Eu me chamo Jake. – o garoto de
cabelos repicados e olhos azuis falou, afagando a cabeça de Megan.
– Eu sou a Catarina. – falei
sorrindo.
– Me chamo Sky.
– Daniel.
– Ross. – Ross sorriu fechando os
olhos.
– Precisamos sair de Donksville. –
falei e logo suspirei, triste – Eu nunca visitei esta cidade, bom, só uma vez,
mas foi para buscar alimentos e eu estava acompanhada, aliás, estou perdida.
– Também nunca visitamos aqui. – Sky
falou entortando a boca e apontando para Daniel e Ross, que assentiram.
– Eu só vim aqui duas vezes – Claire
falou –, mas eu vinha visitar a minha mãe, que estava doente e, bem... ela
morreu.
– Eu e Kim acordamos aqui, por acaso.
– Phoebe se pronunciou e Kim assentiu.
– Eu já morei aqui por uns tempos. –
Jake falou. – Faz uns dois ou três anos que não venho aqui, mudou muito.
– Eu moro aqui, ou ao menos morava. –
Justin sacudiu a cabeça – Para onde vamos?
– Temos que voltar para a b... – mal
pude terminar de falar, pois senti uma arma encostando levemente nas minhas
costas.
Olhei de esguelha para trás e logo
percebi algo muito ruim. Era um agente da D.C., pera, um não, vários. Todos
apontavam uma arma para os sobreviventes e os meus amigos.
Os agentes usavam roupas de couro,
eram das cores preta e verde, as cores da D.C., era por isso que eu os
reconhecia sendo da Dead Corporation, já que as cores da Umbrella Corporation,
ou U.C., eram branco e vermelho.
Eles usavam botas pretas, máscaras e
estavam fortemente armados.
– Largue a arma! – avisaram, em
uníssono. Receosa, larguei a minha arma, todos seguiram o meu exemplo e também
largaram. – Agora, andando.
Começamos a andar vagarosamente,
parecia que eles nem estavam preocupados de sermos atacados por zumbis ou
mutações a qualquer momento, estavam... “normais”.
Continuamos andando, até que entramos
em um tipo de beco, este estava iluminado, e havia um helicóptero lá.
Os caras nos empurraram e entramos, o
meu único pensamento era “E os outros
sobreviventes?”
Estávamos encurralados, sem nossas
armas, algumas, pelo menos, sem o restante dos sobreviventes. “Encurralados
feito ratos”, isto servia bem para o que eu estava sentindo.
O helicóptero estava meio escuro, e
não tinha nada de especial lá, há não ser computadores.
Os agentes se aproximaram da gente,
cada um traziam seringas.
Bom, yo, povo! Estou aqui para avisar que dia 22/04 começam as minhas provas, e eu não poderei postar, e acho que nem a Luna e nem a Bianca postarão também. Enfim, espero que tenham gostado!
Primeiro: eu odeio provas.
ResponderExcluirSegundo: amei seu cap.
Terceiro: Vim dar um aviso: vou viajar dia 17/04 e só volto dia 21/04 ( á noite) e no dia seguinte terei provas, então ..... eu não vou ppder postar. Talvez eu poste dia 30/04 .
Xoxo pioples
By Luna Weasley.
...... Era só criar um tópico, não precisava dar esse aviso no meu cap. ;-; Mas o.k., sua vaca que não me convidou pra sua casa outro dia (e estou nem aí se a sua mãe me odeia)
ExcluirQue bom que gostou do cap.!
Mi descanpe.
ExcluirSori.
......hum.....o q eu ia dizer......ah lembrei.... vc sabia q a criatividade da Gabi foi pra Nárnia e não me chamou ..... vc acredita nisso Creuza!
Oi!
ResponderExcluirNão sei se gosta de ler ou se tem tempo para isso mas um blog voltou ao ativo à algum tempo com uma nova história. Se gostar de ler e tiver tempo leia o blog por favor. E se gostar das histórias siga e comente. Vai fazer bem à escritora.
dianaisabelpinto.blogspot.pt
Obrigada desde já.
Beijos.
Vou ler.
ResponderExcluirOk?
Bjs.
Oie, acabei de conhecer seu blog, ele é tão legal! *-*
ResponderExcluirParticipa do concurso: http://uniaodoll.blogspot.com.br/